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Xavier Marques (Francisco X. Ferreira M.), jornalista, político, romancista, poeta e ensaísta, nasceu na ilha de Itaparica, BA, em 3 de dezembro de 1861, e faleceu em Salvador, BA, em 30 de outubro de 1942. Eleito em 24 de julho de 1919 para a Cadeira n. 28, na sucessão de Inglês de Sousa, foi recebido em 17 de setembro de 1920, pelo acadêmico Goulart de Andrade.

Iniciou os primeiros estudos em sua cidade natal. Cedo se transferiu para a cidade de Salvador, matriculando-se no colégio do cônego Francisco Bernardino de Sousa. Na capital baiana dedicou-se ao jornalismo, atividade que só interrompeu durante o segundo dos seus dois mandatos legislativos: deputado estadual na Bahia, de 1915 a 1921, e federal, de 1921 a 1924.

Havia nele, porém, mais do que um jornalista. Ao mesmo tempo que escrevia seus artigos, ia criando romances. Ao romance de estréia Boto e companhia (1897), seguiu-se a novela Jana e Joel (1899), considerada a sua melhor obra. Sua ficção é das mais representativas na área regionalista e praieira baiana, a cujos valores permaneceu sempre fiel. Publicou também volumes de poesia, de linguagem parnasiana, coletâneas de contos e ensaios. Alcançou vários prêmios literários em sua longa vida de escritor, entre os quais um prêmio da Academia Brasileira de Letras, em 1910, pelo romance Sargento Pedro. Gozou sempre de grande prestígio na Bahia, onde vivia como um patriarca literário, cercado de consideração, respeito e amor de todos.

Obras: Temas e variações, poesia (1884); Uma família baiana, romance (1888); Insulares, poesia (1896); Boto e companhia, romance (1897); Jana e Joel, romance (1899); Pindorama, romance (1900); Holocausto, romance (1900); Praieiros, edição conjunta das novelas Maria Rosa e O arpoador e mais A noiva do golfinho (1902); O sargento Pedro, romance (1910); Vida de Castro Alves, biografia (1911); A arte de escrever, estilística (1913); A boa madrasta, romance (1919); A cidade encantada, contos (1919); O feiticeiro, romance (1922); Ensaio histórico sobre a Independência (1924); As voltas da estrada, romance (1930); Letras acadêmicas, ensaios (1933); Cultura da língua nacional, filologia (1933); Terras mortas, novela (1936); Ensaios, 2 vols. (1944); Evolução da crítica literária no Brasil e outros estudos (1944).