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Múcio Leão (M. Carneiro L.), jornalista, poeta, contista, crítico, romancista, ensaísta e orador, nasceu em Recife, PE, em 17 de fevereiro de 1898, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de agosto de 1969. Eleito em 19 de setembro de 1935, para a Cadeira n. 20, na sucessão de Humberto de Campos, foi recebido em 16 de novembro de 1935 pelo acadêmico Pereira da Silva.

Foram seus pais o dr. Laurindo Leão e Maria Felicíssima Carneiro Leão. Fez os estudos secundários em Recife, no Instituto Ginasial Pernambucano, de Cândido Duarte. Bacharelou-se em Direito, em 1949, e logo a seguir transferiu-se para o Rio de Janeiro, vindo a ser redator do Correio da Manhã. Logo depois era colaborador da primeira coluna daquela folha, publicando ali seus primeiros artigos de apreciações críticas. Em 1923 deixou o Correio da Manhã, transferindo-se para o Jornal do Brasil. Na coluna de crítica do Correio da Manhã foi substituído por Humberto de Campos a quem ele, por sua vez, haveria de substituir em 1931.

Em 1934, por morte de João Ribeiro, substituiu-o na coluna de crítica do Jornal do Brasil. Em 1941 fundou, com Cassiano Ricardo e Ribeiro Couto, o matutino A Manhã, onde criou o suplemento literário Autores e Livros, que dirigiu desde então, e que se transformou numa vasta história da literatura brasileira (11 volumes de 1941 a 1950).

Múcio Leão exerceu os seguintes cargos públicos ou comissões: oficial de gabinete do Ministro da Fazenda (1925); fiscal geral das Loterias (1926); agente fiscal do Imposto de Consumo (1926); presidente da Comissão do Teatro do Ministério da Educação (1939); professor do curso de Jornalismo da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil.

Na Academia Brasileira de Letras, foi segundo-secretário (1936); primeiro- secretário (1937, 1938); secretário-geral (1942, 1943, 1946 e 1948) e presidente (1944). Organizou inúmeras publicações, notadamente a obra crítica de João Ribeiro: Estudos críticos, 1o vol. (1934); Crítica, vol. I Clássicos e românticos brasileiros (1952); vol. IX Os modernos (1952); vol. II Poetas. Parnasiano e simbolismo (1957); vol. III Autores de ficção (1959); vol. IV Críticos e ensaístas (1959); vol. V Filólogos (1961); vol. VI Historiadores (1961); João Ribeiro, 2o vol. da obra que começou a ser publicada em 1934 (1962). Em 1960, proferiu uma série de três conferências no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sob o título O pensamento de João Ribeiro (publicadas na Revista do Instituto, vol. 248, julho-setembro de 1961).

Obras: Ensaios contemporâneos, crítica (1923); Tesouro recôndito, poesias (1926); A promessa inútil e outros contos (1928); No fim do caminho, romance (1930); Prêmio de pureza, contos (1931); Castigada, romance (1934); Meio século de literatura, ensaio (publicado na Revista da Academia Brasileira de Letras, vol. 61, 1941); Os países inexistentes, poesias (1941); Poesias (1949); Emoção e harmonia, ensaios (1952); O romance de Machado de Assis, conferência, publicada no vol. Curso de romance editado pela Academia (1952): Salvador de Mendonça, ensaio bibliográfico (1952); Capistrano de Abreu e a cultura nacional, conferência (publicada na Revista da Academia, vol. 221, 1953); A poesia brasileira na época colonial, conferência, publicada no vol. Curso de poesia editado pela Academia (1954); João Ribeiro, ensaio biobibliográfico (1954); José de Alencar, ensaio biobibliográfico (1955); O contista Machado de Assis, conferência, publicada no vol. Curso de conto, editado pela Academia (1958).

Além da organização, prefácio e notas da obra crítica de João Ribeiro, Múcio Leão organizou as Poesias completas de Raimundo Correia (1948); o Diário de minha viagem para Filadélfia, de Hipólito da Costa (1955); Dispersos (poesia e prosa), de Adelino Fontoura (1955); Autores e Livros, direção e redação, 11 vols. (1914 a 1950).