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Laudelino Freire (L. de Oliveira F.), advogado, jornalista, professor, político, crítico e filólogo, nasceu em Lagarto, SE, em 26 de janeiro de 1873, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de junho de 1937. Eleito em 16 de novembro de 1923 para a Cadeira n. 10, na sucessão de Rui Barbosa, foi recebido em 22 de março de 1924, pelo acadêmico Aloísio de Castro.

Foi aluno da Escola Militar do Rio de Janeiro, tendo interrompido o curso por doença. Formou-se em Direito em 1902. Além de advogar, exerceu cargos públicos, o magistério e o jornalismo, colaborando na imprensa também, sob os pseudônimos Lof e Wulf.

Depois de cumprir três mandatos como deputado estadual na Assembléia Legislativa de Sergipe, Laudelino Freire fixou-se definitivamente no Rio de Janeiro. Foi professor catedrático do Colégio Militar, tendo lecionado várias disciplinas (Português, Espanhol, Geografia, História e Geometria) e consolidado sua carreira de escritor, jornalista e filólogo.

Como jornalista, foi diretor da Gazeta de Notícias e colaborou em diversos jornais, entre eles o Jornal do Brasil, Jornal do Commercio e O País. Seus artigos foram reunidos em Notas e perfis, em 11 volumes (1925-1930), definindo cada um deles a cultura e as idéias de Laudelino Freire, um dos maiores investigadores dos estudos clássicos e filológicos no Brasil.

Em 1918 fundou a Revista da Língua Portuguesa, que ele também dirigiu, publicando trabalhos de alto valor, quer literário, quer filológico, como a Réplica de Rui Barbosa. Os seus 68 volumes publicados são até hoje um indispensável subsídio para quem pretenda estudar a língua portuguesa. Fundou e dirigiu também a Estante Clássica (15 volumes). É o autor do Grande e novíssimo dicionário da língua portuguesa, de publicação póstuma em cinco volumes, com a colaboração de J. L. de Campos, Vasco Lima e Antônio Soares Franco Júnior.

Foi um dos maiores defensores da simplificação da ortografia no Brasil. Em toda a sua obra de escritor e de jornalista cultivou o português não com o espírito avaro do amador, e sim com a generosidade larga de uma vocação, divulgando os tesouros que descobria. Não era a gramática que ele venerava, e sim, a história, o desenvolvimento, o espírito da língua.

Em 1920, a Liga da Defesa Nacional convidou-o a substituir Olavo Bilac, precocemente falecido, para proferir a conferência "A defesa da língua nacional", dentro da programação da Liga em prol dos interesses brasileiros.

Obras: Escritos diversos, ensaios (1897); História de Sergipe, história (1900); Sílvio Romero, crítica (1900); Linhas de polêmica, ensaio (1901); Sonetos brasileiros, antologia (1904); Os próceres da crítica, crítica (1911); Estudos de filosofia e moral (1912); As suas contradições, resposta a Sílvio Romero (1914); Um século de pintura, história (1916); Rio Branco, discurso (1918); A defesa da língua nacional (1920); Clássicos brasileiros, ensaios (1923); Verbos portugueses, filologia (1925); Discursos (1925), Livros de Camilo, estudos (1925); Notas e perfis (1925-1930), 11 vols.; Graças e galas da linguagem, filologia (1931); Seleta da língua portuguesa, anotada (1934); Linguagem e estilo (1937).