Gentileza Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br

José Américo de Almeida nasceu em Areia, Paraíba, a 1º de outubro de 1887. Era filho de Inácio Augusto de Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida. Faleceu na cidade de João pessoa a 10 de março de 1980. Membro da Academia Brasileira de Letras em 27 de outubro de 1966, foi empossado em 28 de junho de 1969.

Órfão de pai aos 9 anos, o menino foi entregue aos cuidados do tio Padre Odilon Benvindo. José Américo fez seus estudos no Seminário da capital do Estado e no Liceu Paraíbano. Em 1903 ingressou na Faculdade de Direito do Recife e obteve do governo a nomeação para o cargo de promotor público na comarca de Sousa. Em 1911 passou a ocupar as elevadas funções de Procurador Geral do Estado.

A publicação do romance "A bagaceira", em 1928, projetou-lhe o nome em todo o país, com o destaque dado à literatura regionalista que, ainda no século XIX, se concentrara, sobretudo, nas obras de Franklin Távora e de Domingos Olímpio, este, já no início do século seguinte, com "Luzia Homem", livro considerado por Afrânio Peixoto como "um modelo de romance regional".

Em 1922 publicara José Américo as "Reflexões de uma cabra" a que se seguiu "A Paraíba e seus problemas"(1923) obra de grande conteúdo social.

Secretário do Interior e Justiça durante o governo de João Pessoa na Paraíba, teve de enfrentar os conflitos políticos na região de Princesa.

Com a vitória da Revolução de 1930 assumiu, de 1930 a 1934, o Ministério da Viação e Obras Públicas. Um desastre aéreo na cidade de Salvador, em 1932, deixou-o seriamente ferido.

Em 1934 Getúlio Vargas o nomeou para o cargo de Embaixador do Brasil junto à Santa Sé. Eleito Senador em 1935 seria, algum tempo depois, designado Ministro do Tribunal de Contas da União.

Depois do êxito de "A bagaceira" publicou, ainda, os romances "O boqueirão"(1935) e "Coiteiros", competindo, nessa época com os nordestinos José Lins do Rego e Jorge Amado, bem como com Amando Fontes, este nascido em Santos (São Paulo), de família sergipana.

Em 1937 foi apresentado como candidato dos partidos governistas à presidência da República, com grandes probabilidades de vitória, mas o golpe de Estado de 10 de novembro desse ano suprimiu a campanha eleitoral. O Congresso Nacional foi dissolvido e outorgada ao país uma Carta Constitucional, pela qual era implantado, no país, o Estado Novo.

Em fevereiro de 1945, com uma entrevista ao matutino carioca "Correio da Manhã" José Américo contribuiu decisivamente para pôr fim à ditadura implantada por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937.

Nas eleições de 2 de dezembro de 1945 José Américo foi eleito Senador pelo seu Estado natal. Mais tarde, recompôs-se politicamente com o ex-ditador voltando a ocupar a pasta ministerial da Viação e Obras Públicas, cargo em que se conservou até o suicídio do Presidente na manhã de 24 de agosto de 1954.

Entregou-se José Américo à tarefa de escrever as suas memórias e, em 1966, ingressou na Academia Brasileira de Letras, ocupando a vaga deixada pelo trágico falecimento do professor Maurício de Medeiros.

A União Brasileira de Escritores presta-lhe significativa homenagem - em 1977 - como "O Intelectual do Ano".

No ano anterior publicara o homenageado mais um livro de memórias, intitulado "Antes que me esqueça".