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Herberto Sales (H. de Azevedo S.), jornalista, contista, romancista e memorialista, nasceu em Andaraí, BA, em 21 de setembro de 1917. Foi eleito em 6 de abril de 1971 para a Cadeira n. 3, sucedendo a Aníbal Freire da Fonseca, e recebido em 21 de setembro de 1971, pelo acadêmico Marques Rebelo.

Filho de Heráclito Sousa Sales e Aurora de Azevedo Sales. Fez o curso primário em sua cidade natal, e o curso ginasial (abandonado no 5o ano) em Salvador, no colégio Antonio Vieira, dos jesuítas. O professor Agenor Almeida descobriu-lhe, numa prova, a vocação literária, chamando para isso a atenção do padre Cabral, que por sua vez foi o descobridor, alguns anos antes, no mesmo colégio, da vocação literária de Jorge Amado. Abandonados os estudos, voltou para Andaraí, onde viveu até 1948. Com a publicação, em 1944, de Cascalho, seu romance de estréia, projetou de impacto o seu nome nos meios literários do país. No Rio de Janeiro, para onde então se transferiu e residiu até 1974, foi jornalista militante, com atividade nos "Diários Associados", de Assis Chateubriand, na área da revista O Cruzeiro da qual foi assistente de Redação, na melhor fase desse famoso órgão da imprensa brasileira. Exerceu o cargo de diretor de outras unidades da mesma empresa, inclusive de sua editora de livros. Em 1974 mudou-se para Brasília, onde foi por dez anos diretor do Instituto Nacional do Livro, e, por um ano, assessor da Presidência da República, sob José Sarney. A partir de 1986, por quatro anos, residiu em Paris, servindo como adido cultural à Embaixada brasileira. Regressando ao Brasil, fixou residência em São Pedro da Aldeia, onde leva vida isolada, de auto-exílio, o que deu motivo a ser chamado, em artigo de Josué Montello, "O Solitário de São Pedro da Aldeia". É casado com Maria Juraci Xavier Chamusca Sales e tem três filhos: Heloísa, Heitor e Herberto.

Obras: Cascalho, romance (1944); Além dos marimbus, romance (1961); Dados biográficos do finado Marcelino, romance (1965); Histórias ordinárias, contos (1966); O sobradinho dos pardais, infanto-juvenil (1969); O lobisomem e outros contos folclóricos, contos (1970); Uma telha de menos, contos (1970); O Japão: experiências e observações de uma viagem, notas de viagem (1971); A feiticeira da salina, infanto-juvenil (1974); A vaquinha sabida, infanto-juvenil (1974); O homenzinho dos patos, infanto-juvenil (1975); Armado cavaleiro o audaz motoqueiro, contos (1980); Einstein, o minigênio, romance (1983); Os pareceres do tempo, romance (1984); O menino perdido, infanto-juvenil (1984); A volta dos pardais do sobradinho, infanto-juvenil (1985); A porta de chifre, romance (1986); Subsidiário, memórias (1988); Na relva da tua lembrança, memórias (1988); Andanças por umas lembranças (Subsidiário 2), memórias (1990); O urso caçador, infanto-juvenil (1991); Eu de mim com cada um de mim (Subsidiário 3), memórias (1992); Rio dos morcegos, romance (1993); As boas más companhias, romance (1995); Rebanho do ódio, romance (1995); A prostituta, romance (1996).

Herberto de Azevedo Sales faleceu no dia 13 de agosto de 1999, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi velado no Salão dos Poetas Românticos, na Academia Brasileira de Letras. Seus restos mortais estão no Mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista.