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Deolindo Couto (D. Augusto de Nunes C.), médico neurologista, professor e ensaísta, nasceu em Teresina, PI, em 11 de março de 1902, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29 de maio de 1992. Eleito em 24 de outubro de 1963, para a Cadeira n. 11, na sucessão de Adelmar Tavares, foi recebido em 4 de dezembro de 1964, pelo acadêmico Luís Viana Filho.

Era filho de Henrique José Couto e de Maria R. de Nunes Couto. Fez o curso secundário e nos Liceus de Teresina e de São Luís do Maranhão. Doutorou-se em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil.

Dedicou-se inteiramente ao seu ofício, ocupando importantes cargos, mediante concurso de provas e títulos: Docente Livre de Clínica Neurológica e de Clínica Médica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil e de Clínica Neurológica na Faculdade Fluminense de Medicina; Médico do Serviço Nacional de Doenças Mentais; Professor Catedrático de Clínica Neurológica na Faculdade Nacional de Medicina e na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Estagiário em Serviços Neurológicos na Faculdade de Medicina de Paris e na Universidade de Berlim. Fundador e diretor do Instituto de Neurologia da Universidade do Brasil. Foi Vice-Reitor e posteriormente Reitor da Universidade do Brasil.

Além de desempenhar intensa atividade no setor educacional, participou de numerosos congressos especializados no Brasil e no exterior. Foi professor no Curso Superior Internacional de Neurologia realizado em Lisboa, em 1953, e no Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura de Paris, em 1975; delegado do Brasil na World Federation of Neurology e vice-presidente dos Congressos Internacionais de Neurologia em Paris (1949), Lisboa (1955), Bruxelas (1957) e Roma (1961), tendo presidido a Delegação brasileira.

Foi presidente do Conselho Federal de Educação, presidente do Conselho do Instituto de Cultura Hispânica e membro do Conselho Federal de Cultura. Era membro da Academia Nacional de Medicina, que ele presidiu em vários biênios descontínuos; fundador e membro da Academia Brasileira de Neurologia; membro honorário da Société Française de Neurologie, da Deutsche Gesellschaft für Neurologie, da Sociedad Argentina de Neurologia e da American Neurological Association; membro da Academia Nacional de Medicina do Peru, do Chile e da Venezuela; membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, da Multiple Sclerosis Society, da Sociedad Española de Neurologia e da Academia de Medicina de Buenos Aires.

Recebeu o título de Doutor Honoris Causa de Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Piauí, e o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Obras: Vultos e idéias, ensaios (1961); Dois sábios ibéricos, crítica (1961); Afrânio Peixoto, professor e homem de ciência, ensaio (1976); Clementino Fraga, o médico, ensaio (1980). Escreveu numerosas obras de medicina, entre as quais Clínica neurológica (1944) e O tremor parkinsoniano e a via piramidal (1945), artigos, conferências, relatórios e memórias sobre temas médicos, em periódicos nacionais e estrangeiros.