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José Maria da Silva Paranhos, visconde do Rio Branco, nasceu na cidade de Salvador, Bahia, a 16 de março de 1819, ainda durante o reinado de D. João VI. Era filho de Agostinho da Silva Paranhos e de Josefa Emerenciana Barreiro Paranhos. Faleceu no Rio de Janeiro a 1º de novembro de 1880.

É o patrono da Cadeira nº 40 da Academia Brasileira de Letras.

Freqüentou, na juventude, a Escola Naval e a Escola Militar, diplomando-se em ciências matemáticas. Na última lecionou como professor substituto e catedrático quando da organização da Escola Central, denominada posteriormente Escola Politécnica.

Colaborou na imprensa política e literária de seu tempo, nos jornais "O Novo Tempo", "Correio Mercantil", "Jornal do Commercio" e "O Maribondo".

Teve grande atuação na política e na diplomacia. Exerceu as funções de secretário na missão especial no Rio da Prata, sob as ordens do marquês de Paraná (1851) e, depois, ministro residente, chefe de legação e enviado especial em missões nas repúblicas da Argentina, do Uruguai e Paraguai.

Na política interna do Império foi deputado provincial pelo Rio de Janeiro, deputado geral em várias legislaturas, presidente de província, ministro dos Negócios Estrangeiros, da Marinha, da Guerra e da Fazenda. Presidente do Conselho de Ministros - de 7 de março de 1871 a 26 de junho de 1875 - agitado período do Segundo Reinado em que lhe coube sancionar a Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871) e enfrentar a questão epíscopo-maçônica nos anos de 1873/1874.

Na ocasião já era senador pela província de Mato Grosso.

Coube-lhe a incumbência de organizar o Governo Provisório do Paraguai, após a conclusão da guerra, em 1869/1870.

Presidiu várias sociedades e academias, inclusive a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional - onde fora fundado, em 1838, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no qual ingressaria em 29 de outubro de 1847 como sócio correspondente.

Afrânio Peixoto, ao traçar-lhe o perfil, manifestou-se muito radical ao escrever: "Nada publicou de obra literária". Na realidade o visconde do Rio Branco, por força das funções diversas que exerceu, deixou alguns escritos de significativo valor documental, a começar pelas famosas "Cartas ao Amigo Ausente", publicadas em folhetim pelo "Jornal do Commercio"; "Projeto de Código Criminal Militar"- colaboração com o Dr. Tomás Alves Júnior e o coronel Antônio Pedro Alencastro; "A Convenção de 20 de fevereiro demonstrada à luz dos debates do Senado e dos sucessos de Uruguaiana" (1865); "O Tratado de 27 de março de 1867" (1871), além de discursos e relatórios elaborados em decorrência dos importantes cargos e funções públicas que exerceu, sobretudo os referentes à "reforma do elemento servil" e a questão religiosa. Neste particular não se deve deixar de mencionar que o visconde do Rio Branco presidiu, na condição de Grão-Mestre, o Grande Oriente do Brasil