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Joaquim Caetano da Silva, professor, diplomata, publicista, nasceu em Jaguarão, RS, em 2 de setembro de 1810, e faleceu em Niterói, RJ, em 28 de fevereiro de 1873. É o patrono da Cadeira n. 19, por escolha do fundador Alcindo Guanabara.

Era filho de Antônio José da Silva e de Ana Maria Floresbina. Concluiu na França seus estudos de humanidades e graduou-se em Medicina, em 1837, pela Faculdade de Montpellier. Em 1838, de regresso ao Brasil, foi nomeado professor de Português, Retórica e Grego do Colégio Pedro II, do qual também foi reitor. Leu, em 1851, no Instituto Histórico, do qual era sócio, e em presença do Imperador, a sua "Memória sobre os limites do Brasil com a Guiana Francesa". Em 14 de novembro daquele ano foi nomeado encarregado de negócios do Brasil na Holanda e, em 1854, cônsul-geral no mesmo país. Em 53, conduziu em Haia as negociações para o ajuste de limites com a Colônia de Suriname, questão resolvida, muito mais tarde, pelo Tratado de Rio Branco e Palm, em 1906. Em 1861, publicou, em Paris, a excelente obra intitulada L’Oyapock et l’Amazone, na qual aprofundou as idéias exaradas nas Memórias de 1851, deixando definidos os direitos do Brasil ao território que lhe disputava a França e que se chamava o Contestado do Amapá, trabalho do qual muito se valeu o barão do Rio Branco para a vitória que obteve para o Brasil.

Foi ainda diretor do Arquivo Nacional e Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Obras: Fragment d’une mémoire sur la chute des corps. Montpellier (1836); Quelques idées de philosophie médicale. Tese com que obteve o grau de doutor em Medicina em Montpellier (1837); Memória sobre os limites do Brasil com a Guiana Francesa. Revista do IHGB, no 20, tomo XIV (1851); L’Oyapok et l’Amazone, Paris, 2 vols. (1861); Questões americanas, Revista do IHGB, tomo 26 (1863).